sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Caro Amigo

Olha só o que peguei do fundo do baú: meus trabalhos do curso técnico de publicidade, no colegial (o atual ensino médio). Como diria meu avô: é de mil novecentos e Morais Sarmento!
Na época deu tanto trabalho e parecia tão bem feito! Olhando agora... como era tosco!
Mas foi um tempo muito bom, muito divertido, quando encontrei grandes amigos!
Este trabalho era para uma marca de bicicleta:
Este aqui era para um calçado infantil:

Hoje em dia se usa computador, mas naquela época era desenho mesmo! No papel.Lembrei disso porque hoje é o Dia do Publicitário. Parabéns àqueles que nos fazem rir ou refletir com boas ideias!

Um abraço. Yara.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Caro Amigo

Segundo algumas fontes, hoje é o Dia do Trigo. Há tantas coisas boas feitas com a sua farinha, que aqui vai a receita de uma delas: Bomboloni alla crema, ou em outras palavras, o nosso delicioso Sonho.

Bomboloni alla crema

Para a massa:
500 gr. de farinha de trigo
150 gr. de açúcar
25 gr. de fermento fresco para pão
125 ml. de leite morno
125 ml. água
raspas de limão
1 pitada de sal
80 gr. de manteiga em temperatura ambiente

Para o creme:
1/2 litro de leite
160 gr. de açúcar
80 gr. de farinha de trigo
4 gemas
1 raminho de canela

Modo de fazer:
Desmanche o fermento no leite. Junte a água, a farinha e o sal, o açúcar, as raspas de limão e a manteiga. Trabalhe bem a massa. Deixe-a repousar, coberta, em lugar quente por 2 horas. Abra a massa com 1 cm de altura, mais ou menos. Use um cortador de 8 cm de diâmetro ou um copo. Deixe-a descansar , coberta, por 1 hora. Frite os Bomboloni em óleo quente (poucos por vez) até ficarem bem dourados (senão ficarão crus). Escorra-os em papel absorvente.

Para o creme:
Misture as gemas com o açúcar e junte, aos poucos, a farinha. Junte o leite e a canela. Leve ao fogo brando, mexendo sempre, até formar um creme encorpado. Retire do fogo e deixe esfriar. Tire o raminho de canela.

Montagem:
Corte os Bomboloni ao meio e recheie-os. Ou, sem cortá-los, recheie-os com um saco de confeitar. Salpique açúcar sobre eles, através de uma peneira.


A receita está no site http://www.laprovadelcuoco.rai.it/ , com o passo-a-passo. É trabalhosa, mas fica uma delícia! Já tentei fazer Sonhos várias vezes e nunca consegui; ficavam sempre crus. Esses ficaram bem fritinhos (alguns ficaram ocos), e até crocantes. E a receita rende bem!

Se não acertar de primeira, tente de novo! Você é capaz!
Como disse Aparício Torelly, o Barão de Itararé: "Nunca desista do seu sonho. Se acabou numa padaria, procure em outra!"
Um beijo. Yara.

P.S. Acho que aqui você vai direto para o vídeo do Bomboloni. Se não conseguir, tente entrar no site da "Prova del cuoco" e vá para  Anna "a la carte". Lá você assiste ao vídeo de Anna Moronni ensinando esta deliciosa receita. Boa sorte e bom apetite!

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Caro Amigo

Hoje comemora-se o Dia Mundial de Oração pela Paz. Há um texto muito bonito do autor de O Médico e o Monstro e A Ilha do Tesouro, Robert Louis Stevenson (1850-1894): Uma prece para o lar e a família. Como acredito que a paz que queremos no mundo começa em casa, aqui está a oração:
Senhor, veja nossa família, aqui reunida. Nós Te agradecemos por este lugar onde moramos; pelas pessoas que nos unem; pela nossa paz no dia de hoje; pela esperança com que aguardamos o amanhã; pela saúde, trabalho, alimento e pelos céus claros, que tornam felizes as nossas vidas; e por nossos amigos em todo o mundo.
Que a Tua paz habite em nossa humilde companhia. Livra nossos corações do ressentimento. Dá-nos graça e força para mantermos o controle e a perseverança. Se nós ofendemos,dá-nos a graça de aceitar e perdoar aos que nos ofendem. Se nós esquecemos, ajuda-nos a tolerar com leveza o esquecimento dos outros.
Dá-nos coragem, alegria e serenidade mental. Protege nossos amigos e suaviza nossos inimigos. Abençoa, se for para o bem, nossos sonhos inocentes.Se não, dá-nos a força para enfrentar o que vier; que sejamos bravos frente ao perigo, constantes nas tribulações, temperados na indignação e em todas as mudanças da sorte; e até os portais da morte, que tenhamos lealdade e amor entre nós.
Como a argila para o oleiro, como o vento para o moinho, como filhos do Pai, rogamos a Ti essa ajuda e misericórdia, pelo amor do Cristo.
Muita paz para você, meu amigo!
Um forte abraço. Yara.

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Querida Mestra

Dia 15 de outubro: Dia do Professor.

Dia de prestar homenagem a essa pessoa que tanto me ensinou. Me ensinou a respeitar a natureza e as pessoas, principalmente aquelas com muito mais anos de experiência, chamando-as de senhor ou senhora.

Me ensinou a falar e a saber ouvir. A andar. A ver a vida com entusiasmo, paixão e nostalgia.

A ser gentil, pois essa gentileza voltaria na mesma medida para mim, usando corretamente "por favor", "obrigada" e "com licença". Me ensinou honestidade. Que tudo se resolve pelo diálogo, não pela violência.

Me ensinou o que é certo e o que é errado.

Me ensinou a abrir uma lata de ervilha, mesmo sendo canhota. A lavar as mãos antes das refeições. A pegar direito um lápis. A olhar para os dois lados antes de atravessar uma rua.

A cumprimentar a todos. A perdoar. A não menosprezar ninguém, pois somos todos iguais e teremos o mesmo fim.

Me ensinou a cozinhar, dosando o sal e o açúcar, dando sabor à comida e à vida. Também me ensinou a descascar uma laranja, formando um tira longa, sem quebrar!

Me ensinou que tudo na vida deve ser feito com moderação, pois o segredo está no equilíbrio. A não desistir facilmente. A rezar.

A trocar o botijão de gás do fogão. A pintar a casa. A pendurar um quadro.

Me ensinou tudo que lhe foi ensinado.

Me ensina que devo ter calma, pois tudo passa. Que posso conseguir, só depende de mim. Que é preciso sorrir, porque a vida é bela. E é breve.

Assimilei algumas coisas. Outras ainda procuro aprender.

Muito do que sou devo a ela, que me permite, de quando em quando, ensinar-lhe alguma coisa.

Minha mãe: minha grande mestra.


Com amor. Muito amor. Yara.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

Caro Amigo

Amanhã também é o Dia de Santa Teresa D'Ávila e há uma citação sua (não sei se exatamente assim, mas a idéia é esta) que nos anima a seguir em frente:
"Não permita que nada o preocupe,
Não permita que nada o assuste,
Não permita que nada o perturbe,
Pois tudo passa,
Somente Deus é permanente."
Abraços. Yara.

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Caro Amigo

Antigamente quando alguém fazia alguma coisa boa a gente dizia: "passou um anjo". Às vezes a gente sente uma brisa, um perfume, um tilintar de sininhos... será um indício de que eles estão por perto?

Hoje é o Dia dos Arcanjos Gabriel, o mensageiro, aquele que anunciou a vinda do Messias; Rafael, aquele que cura; e Miguel, o líder dos exércitos celestiais, o responsável por pesar os pecados de cada um, o 'pesador' de almas.


Detalhe da obra de Leonardo da Vinci, Anunciação.

Você acredita em anjos, meu amigo? Porque é muito confortante acreditar que, com toda nossa fragilidade, possamos contar com a proteção de seres tão extraordinários!

Um beijo. Yara.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Caro Amigo

Todos nós temos um artista escondidinho bem no fundo da alma. Quem nunca rabiscou uns poemas? Ou fez esculturas com purê de batata? Ou cantou no banheiro? Quem nunca sentiu que poderia ter uma alma artística?

Meu avô sentiu! Desde jovem o colocaram pra estudar música, mas o sonho de se tornar famoso acabou quando o seu pai quebrou o violino na cabeça dele. Depois, tornou-se soldador. Profissão que exerceu a vida toda. Mas, como sempre gostou de música, apresentava-se como baterista, aos fins de semana, tocando em bailes.

Os bailes acabaram. Seus dotes artísticos não. Dessa vez, saiu-se escultor. Unindo uma enorme imaginação às técnicas de solda, ele se pôs a criar figuras longilíneas com movimentos graciosos; algumas vezes retratando o cotidiano, em outras, momentos históricos. Participou de várias exposições. Se não teve o reconhecimento merecido, ao menos alcançou a realização pessoal e a admiração dos que conheceram seu trabalho.

Ture, soldador-escultor: as mãos calejadas e queimadas torneando curvas delicadas, dando forma aos sonhos de operário.


Com carinho. Yara.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Caro Amigo


Esta foto é de um belo ipê-roxo que eu via da janela da minha casa. Via. Já não existe mais...É uma pena ver a natureza ser destruída desse jeito. E o pior é que o ser humano só vai se dar conta do que está fazendo quando não houver mais jeito de consertar tantos erros.

No seu bairro há muitas árvores, meu amigo? Você já plantou alguma? Eu já plantei um gracioso manacá! Que tal plantar uma mudinha de alguma árvore frutífera neste 21 de setembro, Dia da Árvore? Enquanto é tempo...

Um abraço. Yara.

domingo, 13 de setembro de 2009

Caro Amigo

Hoje em dia entendemos por 'banda' um grupo de jovens músicos que toca geralmente rock. Há muitos anos, acompanhando Chico Buarque, víamos a Banda passar: um bumbo, uma tuba, um trombone, pratos e um trompete. Há muitos, mas muitos anos, ouviam-se as 'grandes bandas' (ou big bands), que tocavam nos salões de baile.

Meu avô tocava em uma dessas bandas. Idos de 50. Não era como a de Glenn Miller, mas a banda tinha nome e até posava para foto! Apresentava-se no Odeon, em São Bernardo. Depois, com outra banda, meu avô tocava no Clube XX de Setembro, ou 'Vinte', como era conhecida a pequena casa onde o pessoal do bairro se encontrava para dançar ao som de boleros, mambos, valsas. O Vinte localizava-se na 'Área Verde', onde hoje há uma lanchonete de uma rede de fast food...

Meu avô era o baterista. Comandava o ritmo da música e do próprio baile quando, com seu jeito brincalhão, trocava a letra das canções. Era lá, sobre o palco, que ele tinha seu momento de glória! A baqueta em forma de vassourinha chiava malandramente na caixa; o pé cadenciado no pedal e o prato 'cantando' com seu entusiasmo. A festa pulsava ao ritmo do seu coração. Se havia quem amasse a vida, esse alguém era ele.

Da bateria, ele apreciava o movimento do salão: os 'lances' dados pelos quitutes a serem degustados durante a noite; a gentileza dos cavalheiros em nunca deixar uma dama no meio do salão; os rapazes que vinham do Centro e ficavam admirando o baile através das janelas; as brigas que haviam quando um rapaz do Centro 'mexia' com uma moça do bairro (e meu avô: "Continuem tocando, não parem!").

Tudo isso em um ambiente familiar, pois famílias inteiras saíam aos sábados à noite para se divertirem juntas. Outros tempos...


"...Mas para meu desencanto, o que era doce acabou. Tudo tomou seu lugar, depois que a banda passou. E cada qual no seu canto, em cada canto uma dor. Depois da banda passar, cantando coisas de amor..."
Com carinho, Yara.

sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Caro Amigo

Se você viveu sua infância na década de 70 certamente se lembrará dos Almanaques Disney. Havia o Almanaque do Tio Patinhas (com a moedinha), dos Escoteiros (com os sobrinhos do Donald), da Vovó Donalda. Eram cheios de dicas, brincadeiras, jogos e muita história:






Um abraço. Yara.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Caro Amigo

Você é do tempo da vitrola? Disco de vinil? Acabavam todos riscados. E quando 'pulavam'? Guardei minha coleção dos disquinhos da Disney (pena que os livros que os acompanhavam se perderam na mudança...),da Philips e alguns outros. Todos 'compactos' ( a bolachinha, não o bolachão).

Este, da coleção Disquinho, tinha músicas do Braguinha.
E eram coloridos!
Os outros títulos da coleção:
A letra das canções:
Me lembro das canções destes disquinhos até hoje:
E que vozes tinham os narradores!
Vila Sésamo: de um lado 'Cinto de inutilidades', do outro 'Alegria da Vila':
Um abraço. Yara.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Caro Amigo

Quem nunca colecionou figurinha? Você se lembra daquelas figurinhas de futebol carimbadas? Jogava 'bafo' com as repetidas? E quando só faltava uma pra completar o álbum? Chegou a usar cola feita de farinha e água?

Beijos. Yara.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Querido Amiguinho

Como era bom ser criança!

A gente não precisava acordar cedo pra trabalhar, nem pra estudar. Passava o dia assistindo aos desenhos na TV. Os Flintstones, Mike Thor, Os Herculóides, A tartaruga Tuchê, Manda-chuva, Speed Racer, A princesa e o cavaleiro, Tom e Jerry, Pernalonga, A pantera cor-de-rosa, Johnny Quest, Shazan, Scooby Doo. Ih, a lista vai longe...

Brincava de pega-pega, esconde-esconde, queimada, passa-anel, cabra-cega, amarelinha. Jogava damas, dominó, cama-de-gato, ludo, varetas (mexeu! mexeu!). Fazia bichinhos com batata e palitos de dente. Também com massinha de modelar, mas misturava-se tanto as cores que no fim acabava com "cor de burro quando foge". Fazia colar de macarrão; barquinho de papel; chapéu de jornal.

E as bolinhas de gude (ou fubeca), pião, papagaio (ou pipa), carrinho de rolimã (uma vez meu avô fez um carrinho bonitinho pra mim; descia a ladeira como um foguete!), telefone de latinha! Lembra que a gente pegava copinho de Danone, limpava, fazia um furo no fundo, passava barbante encerado com vela, dava um nó atrás do furo e puxava o barbante, dando uns soquinhos: o som imitava uma galinha. Vê se pode, a graça era fazer barulho de galinha com um potinho de iogurte... Quanta inocência...

O ruim daquele tempo era tomar leite de magnésia, óleo de figado de bacalhau. Eca! Mas em compensação a gente se lambuzava com sorvete (aquele de "rolinho"; que era feito numa máquina com seis garrafas, três de cada lado, viradas para baixo e todas com sucos coloridos); quase arrebentava os dentes com quebra-queixo; se deliciava com algodão doce; se engasgava com bala Soft; chupava pirulito do Zorro (e aquela chupeta vermelha de açúçar); mastigava aqueles chicletes quadradinhos da Adams; se entupia com balas Juquinha; fumava os cigarrinhos da Pan; esfarelava os canudos de biju; lambia as colheres com massa crua de bolo; comia pasta de dente...

Mas a gente se machucava também. Lembra daquelas bolinhas que batiam? Eram duas bolas de plástico presas nas pontas de um cordão, que batiam com um movimento pra cima e pra baixo: tac, tac, tac, tac. Faziam um barulho infernal, sem contar as "bistecadas" que a gente se dava nos dedos. Você também batia o ioiô na testa? Tinha dor nas costas com o bambolê? Ficava com os olhos ardendo quando uma bolinha de sabão estourava na cara? E os joelhos ralados de tanto cair na rua!

As historinhas que a gente ouvia antes de dormir... Bruxas, fadas, bicho-papão! As cabaninhas que se faziam com lençóis em dias de chuva. As "carinhas" que a mãe desenhava no esparadrapo do dedo machucado. Os estalinhos que o pai comprava pras festas juninas.

Tudo tão ingênuo, tão singelo, tão simples! Como era bom ser criança...

Bom Dia da Infância pra você!


Com carinho, Yara.

domingo, 23 de agosto de 2009

Caro Amigo

Cada geração tem seus ídolos. Minha avó ia ao cinema ver Clark Gable. Minha mãe adorava Rossano Brazzi e Giuliano Gemma. Eu admiro Robert de Niro, Anthony Hopkins e Tom Hanks. E cada época tem sua maneira de 'tietar' (é velho, hein?). Minha mãe recortava fotos dos astros de revistas e as colava em um caderno. Eu mandava cartas aos artistas pedindo uma foto autografada. Hoje em dia pegam-se fotos 'emprestadas' na Internet e montam-se álbuns no Orkut. São várias as formas de mostrar admiração por alguém.

Essa foto é da década de 80. Mandei uma cartinha para o escritório do agente (as revistas da época publicavam os endereços) e recebi a foto autografada. Harrison Ford havia filmado Blade Runner, logo após Os Caçadores da Arca Perdida.

Beijos. Yara.

terça-feira, 18 de agosto de 2009

Caro Amigo


Ainda falando sobre fotografia... Lembra da Xereta? Era uma câmera de plástico, compridinha, baixinha. Eu ainda a guardo; e tenho até o manual. O pessoal de hoje não sabe que precisava empurrar uma lingueta (aí o filme estava pronto) e apertava-se o botão. E o flash! Era um cubinho, colocado em cima da máquina, que ia girando a cada disparo. Tirada a foto, o flash já era...queimava! As fotos daquela época já estão meio desbotadas, mas a Xereta era bem prática (naquele tempo só havia aquele tipo de câmera pesada, em que o foco precisava ser regulado).Olha ela aqui:

Tinha até adesivo pra colar na câmera!

Bem anos 70s, né?

Hoje a gente olha pra isso e dá risada, mas na época era muito legal!

Um grande abraço, Yara.

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Caro Amigo

O que seria de nós sem a fotografia... Certo que as lembranças mais marcantes estão 'dentro' de nós, e as fotos muitas vezes não mostram a emoção do momento. Mas em certos casos conseguimos registrar um momento único: uma expressão, um movimento, um riso.

Meu pai usava uma Yashica. Nossa infância toda foi "preta e branca". Foi linda. E acho que a maioria das fotos em preto e branco dos fotógrafos profissionais são verdadeiras obras de arte. Na juventude, eu tinha uma Xereta (a Instamatic da Kodak) e tudo é novidade quando a gente tem a primeira máquina própria. Agora nós usamos uma Canon, que é ótima.

Ainda não me rendi às novas tecnologias. Compro filme. Tiro as fotos, e não sei se ficou bom ou não. Levo pra revelar. Espero e aprecio as imagens no álbum. Lembra desse prazer? Eu sei que mais cedo ou mais tarde vou acabar comprando uma câmera digital, assim como comprei celular e computador. Mas, enquanto posso, vou desfrutar dessa maneira de fazer as coisas. À moda antiga. E pra relembrar, três momentos de "olhar, suspirar e bater a foto":

Meu pai tirou essa foto em Poços de Caldas, na década de 60:

Eu tirei essa nos nossos passeios de domingo ( acho que pra Itú ):
E essa foi muito longe daqui...

E você, meu amigo, gosta de fotografar?

Abraços. Yara.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Caro Amigo

Hoje é o Dia Nacional das Artes. Acho que todo mundo tem um artista dentro de si e encontra várias formas de se expressar. Minha avó, por exemplo, começou a pintar por volta dos 63 anos. Pode não ter se tornado um Renoir ou um Monet, mas seus quadros eram muito bonitos:




Com carinho, Yara.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Caro Amigo

Neste dia, em 1955, era produzido o Volkswagen de nº 1 milhão (ou, o milionésimo,né?), na fábrica de Wolfsburg, Alemanha. O Käufer deles. O nosso Fusca.



Corrigindo aí em cima: é Käfer (besouro) e não Käufer (vendedor!).
Um abraço. Yara.

sábado, 1 de agosto de 2009

Caro Amigo

Há quanto tempo você não recebe uma carta? Uma carta verdadeira. Não vale correspondência de banco, cobrança ou propaganda. Carta mesmo! Aquela com selinhos coloridos, carimbo do correio e envelope (do tempo em que "selinho" era aquele apreciado por filatelistas...). Aquela carta que você abre picotando a lateral do envelope, sem antes olhar contra a luz para não rasgar o conteúdo. Aquela, escrita em papel de carta desenhado ou numa simples folha de caderno, mas dobrada com jeito para se acomodar ao envelope. Aquela carta "gorda" que lhe satisfaz a curiosidade com folhas e mais folhas de uma caligrafia já conhecida. Ou aquela fininha que traz uma única folha, quase um bilhete, mas que porta palavras de alento. Aquela carta que traz uma foto entre as páginas: foto de uma criança que cresceu, de um lugar para o qual não mais se retornou, de alguém querido que há muito não se vê.

Essa carta. Há quanto tempo você não recebe uma carta como essa? Há quanto tempo você não envia uma carta como essa?

Numa época em que só se usa o correio eletrônico, por que não escrever uma carta? Como hoje é o Dia do Selo Postal Brasileiro, ande, pegue papel e envelope, e escreva uma cartinha. Pode ser que haja alguém esperando notícias suas.


Um abraço, Yara.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Caro Amigo

Meu avô paterno morreu quando eu tinha apenas 3 anos. Não me lembro dele, mas minha mãe me diz que ele era um senhor muito distinto, muito elegante. Andava sempre de terno. Usava chapéu. Tinha boas maneiras. Imigrante, saiu de Kyoto em busca de uma vida melhor. Também ele passou por guerras e pelas consequências destas. Chegou ao Brasil. Casou. Teve filhos. Trabalhou em cooperativa.

Quando do casamento de minha mãe, neta de italianos, foi o único na família a recebê-la de braços abertos.Quando nasci, diz-se que minha avó comentou: "Papai nunca deu presente para nenhum filho ou neto. Yara foi a única". Segundo minha mãe, foi um chocalho e uma bruxinha. Pena que se perderam.

Ele dizia a minha mãe: "Tem que ter mais filho, né? Quem tem um, não tem nenhum".Ele não viu meu irmão nascer. Teria ficado muito feliz.

Partiu aos 63 anos. Dizia que não havia enriquecido porque sempre trabalhara honestamente. Deixou o que as pessoas ricas de espírito deixam: honra, respeito, retidão.

Com carinho, Yara.

domingo, 26 de julho de 2009

Caro Amigo

A mesa simples, mas farta, com café e leite quentinhos. Leite tão gordo que eu tirava a nata com a colher. Manteiga de tablete, que derretia no filão. Filão de pão... Era esse o café da tarde na casa de minha avó.


Eu não via a hora das férias chegarem para passar uns dias com meus avós no "morro" (era assim que a gente chamava o lugar, uma ladeira de tirar o fôlego, literalmente). Era o momento de brincar com outros amigos, jogar cartas com a minha avó, explorar o barracão que meu avô mantinha no quintal, brincar à noite na rua tendo os olhos atentos dos dois, enquanto conversavam com os vizinhos em cadeiras na calçada.


O jardim de minha avó era um mundo a parte. Os pés de azaléia estavam sempre carregados de flores lilases, brancas e cor-de-rosa; havia uma pequena boca-de-leão amarela que me encantava; as rosas pareciam enormes nas minhas mãos; os lírios; copos-de-leite; palmas...


Uma coisa que me maravilhava era ver minha avó costurar. Seus pés rapidinhos embalando o pedal e a mão brecando a roda da máquina. A caixa de costuras era um baú do tesouro, com botões, miçangas e canutilhos brilhantes. Quando chovia, eu passava as tardes fazendo crochê com minha avó, ouvindo música do seu tempo nos discos de 78 rotações.


Meus avós sempre tiveram um carinho enorme por meu irmão e por mim. Nos mimaram, mas não nos "estragaram", pois sempre ensinaram o que era certo e o que era errado. Meu irmão era ninado com "Que anjos são esses que andam rodeando, de noite e de dia, Padre Nosso, Ave Maria", cantada por meu avô.


Estou escrevendo isto porque hoje é o Dia dos Santos Joaquim e Ana, avós de Jesus. Hoje é o Dia dos Avós e eu me sinto honrada em ser neta de pessoas íntegras, honestas, que passaram por guerras, por privações, por muita labuta, mas que tiveram dignidade em transmitir aos descendentes os valores e as virtudes de uma vida correta.

Graças a estes dois anjos guardo as melhores lembranças de minha infância.


Com carinho, Yara.

domingo, 19 de julho de 2009

Caro Amigo

Hoje é o Dia do Futebol e amanhã é o Dia do Amigo, e eu gostaria de lembrar esses dias com uma estória sobre meu avô que minha mãe sempre nos conta. É bem simples.

Um dia, um amigo do meu avô o levou para assistir a um jogo de futebol. Até aí, nenhum espanto. Porém, esse amigo estava muito doente e não tinha muito tempo de vida. Naquele dia, meu avô se surpreendeu ao vê-lo, mesmo debilitado, torcer com tanto entusiasmo, com tanta paixão pelo seu time.

Essa emoção calou tão fundo, que a partir daí meu avô deixou seu Sport Club Ipiranga e se tornou um fervoroso palestrino.


São coisas que meu avô nos deixou de herança: o amor pelo Palmeiras e o respeito e a admiração pelos amigos.
Com carinho, Yara.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Caro Amigo


Esta história meu avô contou a minha mãe, que nos contava quando éramos pequenos. É a história de Santa Isabel. Santa Isabel da Hungria, comemorada em 17 de novembro, não Santa Isabel, rainha de Portugal, comemorada em 4 de julho. Também conhecida como Santa Elizabeth (Isabel derivaria deste nome), nasceu em 1207, na Hungria e casou-se com um nobre da Turíngia.É uma história que guardo até hoje, com carinho, como tantas histórias da minha infância.


As Rosas de Santa Isabel


Há muitos e muitos anos, no reino da Hungria, o rei e a rainha tiveram uma filha que se chamou Isabel. A princesinha era tão bondosa e gentil que o povo a amava muito. Tinha sempre um sorriso e uma palavra amável para todos e, já crescida, procurava melhorar a vida das pessoas.

Na idade apropriada, casou-se com um nobre chamado Ludwig e foram morar na Turíngia, uma região da atual Alemanha. Ludwig era sério, calado, bem mais velho que Isabel, e a intimidava um pouco. Mas se amavam muito. Tiveram quatro filhos, e seu castelo era cheio de alegria.

Além de cuidar da família, Isabel continuava a se interessar pelos menos afortunados e fazia tudo para ajudar as pessoas em aflição. Mandava alimentos para as famílias mais necessitadas, ia em pessoa levar uma palavra de conforto aos doentes.

Apesar de admirar a generosidade da esposa, Ludwig não aprovava que ela frequentasse as pessoas comuns. Achava indigno de uma princesa andar pelas ruas junto com servos e camponeses, e as missões caridosas da mulher nem sempre o agradavam.

Um dia de inverno, Isabel aproveitou que Ludwig tinha ido à caça com amigos nobres e saiu em meio à neve para visitar uma família muito pobre. Levava sob o manto vários pães, tantos quantos conseguia carregar. Curvada ao peso dos pães, caminhava com dificuldade descendo a colina pela estrada coberta de gelo. Não ousava erguer os olhos do chão, temendo perder o equilíbrio. Finalmente, com um suspiro de alívio, chegou à base do monte. Levantou os olhos e, com grande surpresa, viu o marido e os amigos voltando da caça mais cedo do que esperava.

Isabel parou, subitamente ruborizada. Teria saído da estrada para se esconder no bosque, mas não havia mais tempo. Logo os cavalos a tinham alcançado e os cavaleiros olhavam, entre intrigados e divertidos, a princesa no meio da neve, apertando o manto contra o corpo.

O marido sorriu com ternura e cavalgando a passo a seu lado, perguntou:

-Aonde está indo, querida?

Isabel não sabia o que dizer. Ludwig se aborrecia com seu hábito de sair desacompanhada para visitar os pobres e doentes em cabanas miseráveis, e ela não queria envergonhá-lo na frente dos amigos. Encolheu-se e segurou os pães mais perto do coração enquanto procurava uma resposta.

Ludwig percebeu a hesitação da esposa e perguntou, já com o cenho franzido:

- O que você está carregando sob o manto, que a faz andar tão curvada?

Ouvindo essa pergunta, os cavaleiros se aproximaram, ainda mais curiosos.

Cada vez mais embaraçada, Isabel ergueu o olhar para o marido. Sabia que os nobres cavaleiros ririam com desdém se ela dissesse a verdade e não queria despertar o desprezo deles. Sem mesmo pensar no que dizia, a palavra lhe escapou:

- Rosas!

Suas faces coraram no instante mesmo em que falou, pois sabia que era impossível. Daria tudo para ter coragem de admitir que havia mentido, mas, prevendo a risada dos caçadores, ficou em silêncio.

Atônito, Ludwig via que alguma coisa estava acontecendo e adivinhou a verdade. Só não se deixou levar pela compaixão por temor de ser ridicularizado pelos amigos. Inclinando-se na sela, disse em tom firme:

- Deixe-me ver.

E, tomando a gola do manto, abriu-o completamente.

Então um milagre aconteceu: nas dobras do manto, não encontrou os pães que Isabel esperava ver, mas rosas! Belas rosas frescas, vermelhas e brancas, em pleno inverno. A doçura do verão encheu o ar da mais rica fragrância.

Fez-se silêncio total. Ludwig olhou por um momento o rosto de Isabel e, tomando uma rosa vermelha de dentro do manto dela, colocou-a na lapela, junto ao coração. Inclinou-se para beijar a mulher, dizendo ternamente:

- Siga seu caminho, meu amor.

Retornou com os demais ao castelo, deixando Isabel muda de surpresa na estrada gelada, olhando a braçada de rosas que carregava.


Muito bonita, não? E é por isso que Santa Isabel é padroeira dos padeiros.

Essa versão eu encontrei no "Livro da Virtudes" II, de William J. Bennett, pela Editora Nova Fronteira, mas meu avô narrava a sua versão tão bem que só ele poderia contar.


Com carinho, Yara.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Caro Amigo

Às vezes a gente se pega pensando na idade... Nos anos que se carregam nas costas. Ou no rosto... As pessoas se preocupam tanto com o aspecto físico, que deixam o essencial (a alma, o emocional, o interior ou o nome que você quiser dar) de lado. É preciso perceber a beleza em todas as idades. Perceber que sempre ganhamos algo. Tá bom, você deve estar rindo, pensando que ganhamos, sim! Ganhamos rugas, quilos, cabelos brancos... Mas ganhamos também experiência, paciência, sabedoria. Acho que é como apreciar um quadro: quando jovens, vemos somente um detalhe; com a maturidade, vemos o quadro todo.
Guardei um texto muito interessante que aborda esse tema. Foi publicado no Jornal da Tarde, pelo psiquiatra e psicoterapeuta Auro Danny Lescher:
Vista cansada
A vista cansada, ou presbiopia, é condição inexorável entre terráqueos de ambos os sexos. Caracteriza-se pelo enrijecimento da lente do olho que se chama cristalino. Isso ocorre lá pelos 40 anos de vida, por conta do desgaste dos minúsculos ligamentos e musculatura responsáveis pela movimentação dessa lente na busca do adequado foco. Para obter alguma nitidez de visão de objetos que se encontram próximos aos olhos, como, por exemplo, na leitura de um livro, a presbiopia impõe ao quarentão a necessidade de fazê-lo com os braços estendidos.
É uma limitação, sem dúvida, mas nada que o uso daqueles charmosos óculos estreitos não resolva.
Espanta-me a natureza. Ocorre que a perda da acuidade visual é contemporânea à aquisição de uma capacidade de visão de mundo que só a vasta quilometragem rodada permite.
A crise dos 40 é uma crise de crescimento. Propõe o balanço geral da primeira metade da vida e lança as bases do que acontecerá na metade seguinte. Tem o gosto amargo que acompanha a desconstrução de idealizações do mundo e de si mesmo, próprias da juventude, mas permite a conexão com o mundo (interno e externo) de uma forma mais realística. Já deve existir um razoável mapeamento das próprias potencialidades e limitações. Mas atenção! Isso não significa que ficamos privados da capacidade de encantamento, muito pelo contrário. O lema dos 40 é, ou deveria ser: menos e melhor, de sexo a arroz e feijão.
Muito bom, né?
Você costuma pensar na idade, meu amigo?
Espero uma resposta sua.
Com carinho, Yara.

domingo, 28 de junho de 2009

Caro Amigo

Dia 22 de junho foi o Dia Mundial do Fusca. É... já deu pra perceber como eu gosto desses besourinhos. Aqui foi em um encontro de Fuscas na fábrica da Volkswagen. As fotos foram tiradas por meu irmão, um apaixonado por carros. É só ele ouvir um ronco de motor ou ver quatro rodas que ele fica paralisado igualzinho rã com facho de lanterna! Ô menino pra gostar de carro!
De acordo com o "Almanaque do Fusca", o lindinho é conhecido como Maggiolino na Itália, Coccinelle na França, Escarabajo na Espanha, Beetle nos Estados Unidos, Bogár na Hungria, Carocha em Portugal, Vosvos na Turquia... Mas para nós será sempre o nosso Fusquinha.
Um abraço, Yara.