domingo, 28 de junho de 2009

Caro Amigo

Dia 22 de junho foi o Dia Mundial do Fusca. É... já deu pra perceber como eu gosto desses besourinhos. Aqui foi em um encontro de Fuscas na fábrica da Volkswagen. As fotos foram tiradas por meu irmão, um apaixonado por carros. É só ele ouvir um ronco de motor ou ver quatro rodas que ele fica paralisado igualzinho rã com facho de lanterna! Ô menino pra gostar de carro!
De acordo com o "Almanaque do Fusca", o lindinho é conhecido como Maggiolino na Itália, Coccinelle na França, Escarabajo na Espanha, Beetle nos Estados Unidos, Bogár na Hungria, Carocha em Portugal, Vosvos na Turquia... Mas para nós será sempre o nosso Fusquinha.
Um abraço, Yara.

sábado, 27 de junho de 2009

Caro Amigo


"Tempo bom, não volta mais..." cantava Lilico no lamento de seu bumbo. Tempo bom... Tempo em que se faziam carros de verdade. Carros com linhas bem definidas, feitos com cuidado, esmero. Época em que se abriam portas para as senhoras. Época de garbo.

Quando passear no automóvel da família era programa de domingo. Não havia cinto de segurança nem apoio de cabeça, mas quanta tranquilidade! No TL o vento entrava fresco pelo quebra-vento. No Fusca a gente, criança, abria a "escotilha". Na Variant se jogava no vão de trás... O som da perua Vemaguete era inconfundível ( "Mãe, o pai chegô!" ). E quantas vezes: "Corre, pai, corre, passa ele, passa ele!" E no painel a singela plaquinha "Não corra, papai"...

Ah, os carros em que a gente subia no capô ( e não amassava! ), escorregava pelo pára-lamas e se apoiava no estribo!

Quem nunca dirigiu um Fusca! Ou namorou num... ou empurrou um.

Nossos carros não eram bonitos nem elegantes, mas eram quase membros da família. Quantas vezes minha mãe se despediu com dó dos velhinhos trocados pelo mais novo xodó, que seria chorado na troca seguinte.

Ah... Tempo bom... A propósito, a foto foi tirada quando meu pai, minha mãe ( grávida de meu irmão ) e eu ( então com cinco anos ) fomos a Poços de Caldas. Num Fusquinha.
Com carinho, Yara.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Caro Amigo

Remexendo nos meus guardados, encontrei minha coleção de postais. Postais... Coisa antiga, ? Mas naquela época era muito 'bacana'. 'Aquela época' significa 30 anos, mais ou menos. Começou com um artigo na revista Capricho sobre uma garota americana que se correspondia com jovens do mundo inteiro. Mandei um anúncio para uma revista grega e a partir daí passei a me comunicar com o mundo. Comunicar é maneira de dizer, pois meu Inglês era tão tosco que eu não sei como meus colegas me entendiam. Afinal, eu estava com 13 anos e começando a aprender o idioma. E na escola pública. Por falar nisso, meu amigo, você é desse tempo? Lembra que na 5º e na 6º série do ginásio nós aprendíamos Francês e na 7º e 8º passamos a ter aulas de Inglês?
Bem, de qualquer jeito, mantive amizades por um bom tempo. Eram cartas da Itália, da Finlândia, da Turquia... Trocávamos postais, lembrancinhas como chaveiros, pins, e até música em fitas K-7. E a ansiedade com que eu aguardava as cartas!
Foi um modo maravilhoso de conhecer pessoas, países e costumes. Viajei pelo mundo todo sem sair de casa. Munida de papel e caneta esperava semanas para ter notícias de um amigo.
Tudo isso parece muito distante da realidade dos jovens de hoje, mas para nós, os jovens de então, era o nosso jeito simples e inocente de ver a vida.
É por isso que espero respostas suas. Os tempos mudam, os meios de se falar também, mas um amigo é sempre um amigo.
Um forte abraço, Yara.

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Caro Amigo

Estava pensando nos meus pais e em todos esses anos que eles comemoraram o 12 de junho.
Dizem que o amor é como uma planta que se deve regar todos os dias. Ou como a chama que se deve alimentar para que não se apague. Foi isso que eles fizeram. Seu amor foi uma planta viçosa. Foi uma chama que não se apagou.
Não há relacionamento perfeito, pois ninguém o é. Mas eles sempre tiveram muito carinho, muito cuidado um para com o outro. Ele comprando o doce preferido dela. Ela preparando o prato preferido dele. Um olhando pelo outro nos resfriados, nas febres, nos momentos mais graves.
Durante seus 35 anos de matrimônio minha mãe levou o cafezinho na cama para meu pai. Todos os dias. Não por obrigação, como uma 'Amélia' de antigamente. Mas por querer bem, por ver feliz quem ela amava.
Ainda hoje, depois de 11 anos da morte de meu pai, ela fala dele sempre com muita ternura. E o "Soneto de Fidelidade", de Vinícius de Moraes, representa muito bem o grande amor dos dois:
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Abraços carinhosos, Yara.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Caro Amigo

"Caro amigo te escrevo, assim me distraio um pouco". Assim começa a bela canção "L'anno che verrà", de Lucio Dalla.
Distraio-me ou me distraio? Como aqui ninguém quer ser doutor em Gramática: me distraio.
Me distraio, me desabafo, me analiso.
Caro amigo, é pra você que escrevo.
Pra dividir...não, dividir não...pra compartilhar...partilhar com você novidades, lembranças, decepções, esperanças, raiva, alegria, coisas importantes, coisas bobas, coisinhas que a gente só diz a um amigo.
Não espere uma obra literária.
Tudo aqui é simples. Simplicidade de quem anda descalço, de quem come pastel de feira, de quem ri à toa, de quem se surpreende com um arco-íris.
A propósito, essa foto foi tirada numa tarde bonita quando o céu, depois de uma chuva, começou a se "dourar". Espero que você ainda se surpreenda com arco-íris.
Bom, por hoje é tudo.
Espero uma resposta sua.
Com carinho
Yara.