sábado, 27 de junho de 2009

Caro Amigo


"Tempo bom, não volta mais..." cantava Lilico no lamento de seu bumbo. Tempo bom... Tempo em que se faziam carros de verdade. Carros com linhas bem definidas, feitos com cuidado, esmero. Época em que se abriam portas para as senhoras. Época de garbo.

Quando passear no automóvel da família era programa de domingo. Não havia cinto de segurança nem apoio de cabeça, mas quanta tranquilidade! No TL o vento entrava fresco pelo quebra-vento. No Fusca a gente, criança, abria a "escotilha". Na Variant se jogava no vão de trás... O som da perua Vemaguete era inconfundível ( "Mãe, o pai chegô!" ). E quantas vezes: "Corre, pai, corre, passa ele, passa ele!" E no painel a singela plaquinha "Não corra, papai"...

Ah, os carros em que a gente subia no capô ( e não amassava! ), escorregava pelo pára-lamas e se apoiava no estribo!

Quem nunca dirigiu um Fusca! Ou namorou num... ou empurrou um.

Nossos carros não eram bonitos nem elegantes, mas eram quase membros da família. Quantas vezes minha mãe se despediu com dó dos velhinhos trocados pelo mais novo xodó, que seria chorado na troca seguinte.

Ah... Tempo bom... A propósito, a foto foi tirada quando meu pai, minha mãe ( grávida de meu irmão ) e eu ( então com cinco anos ) fomos a Poços de Caldas. Num Fusquinha.
Com carinho, Yara.

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