Estava pensando nos meus pais e em todos esses anos que eles comemoraram o 12 de junho.
Dizem que o amor é como uma planta que se deve regar todos os dias. Ou como a chama que se deve alimentar para que não se apague. Foi isso que eles fizeram. Seu amor foi uma planta viçosa. Foi uma chama que não se apagou.
Não há relacionamento perfeito, pois ninguém o é. Mas eles sempre tiveram muito carinho, muito cuidado um para com o outro. Ele comprando o doce preferido dela. Ela preparando o prato preferido dele. Um olhando pelo outro nos resfriados, nas febres, nos momentos mais graves.
Durante seus 35 anos de matrimônio minha mãe levou o cafezinho na cama para meu pai. Todos os dias. Não por obrigação, como uma 'Amélia' de antigamente. Mas por querer bem, por ver feliz quem ela amava.
Ainda hoje, depois de 11 anos da morte de meu pai, ela fala dele sempre com muita ternura. E o "Soneto de Fidelidade", de Vinícius de Moraes, representa muito bem o grande amor dos dois:
De tudo ao meu amor serei atento
Antes, e com tal zelo, e sempre, e tanto
Que mesmo em face do maior encanto
Dele se encante mais meu pensamento.
Quero vivê-lo em cada vão momento
E em seu louvor hei de espalhar meu canto
E rir meu riso e derramar meu pranto
Ao seu pesar ou seu contentamento.
E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama
Eu possa me dizer do amor (que tive):
Que não seja imortal, posto que é chama
Mas que seja infinito enquanto dure.
Abraços carinhosos, Yara.
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