Todos nós temos um artista escondidinho bem no fundo da alma. Quem nunca rabiscou uns poemas? Ou fez esculturas com purê de batata? Ou cantou no banheiro? Quem nunca sentiu que poderia ter uma alma artística?
Meu avô sentiu! Desde jovem o colocaram pra estudar música, mas o sonho de se tornar famoso acabou quando o seu pai quebrou o violino na cabeça dele. Depois, tornou-se soldador. Profissão que exerceu a vida toda. Mas, como sempre gostou de música, apresentava-se como baterista, aos fins de semana, tocando em bailes.
Os bailes acabaram. Seus dotes artísticos não. Dessa vez, saiu-se escultor. Unindo uma enorme imaginação às técnicas de solda, ele se pôs a criar figuras longilíneas com movimentos graciosos; algumas vezes retratando o cotidiano, em outras, momentos históricos. Participou de várias exposições. Se não teve o reconhecimento merecido, ao menos alcançou a realização pessoal e a admiração dos que conheceram seu trabalho.
Ture, soldador-escultor: as mãos calejadas e queimadas torneando curvas delicadas, dando forma aos sonhos de operário.
Com carinho. Yara.
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